O bairro do Bixiga desde seu início foi um reduto de italianos do sul, principalmente da Calábria. Seus costumes, dialeto, devoção (N. Sra. Achiropita) e alimentação refletiam sua origem. Para o calabrês, a comida é tão importante que tradicionalmente para uma mulher ser digna de casamento, precisa conhecer "quinze modos diferentes de empastar a farinha!". Ao lado da Melanzana (beringela) alla parmigiana, do Pitte (pão pita), da Fogaccia (a conhecida fogazza da Festa da Achiropita), das anchovas, ricota, lingüiças picantes, Capocollo (copa) e da Sopressata, o Fusilli é um dos mais importantes pratos calabreses. Obtido enrolando a massa em torno de um ferro (firrittu), como um curto e grosso espaguete com um furo central. As mamas de outrora usavam uma vareta retirada de um guarda-chuva; hoje podemos usar aros de aço inox de rodas de bicicleta, motocicleta ou até espetinhos de aço cortados com cerca de 20cm.
Hoje podemos encontrar o Fusilli fresco em algumas rotisserias ou a pasta chiuta, isto é, massa seca. Aí que reside o problema: quando a caixa de papelão ou saco plástico vier escrito Fusilli, encontramos o popular macarrão Parafuso dentro. Para comprar o Fusilli descrito acima temos que procurar o Bucatini, nome derivado de seu orifício no centro. É desta maneira que é conhecido na indústria alimentícia.
Como o molho all'Amatriciana faz parte da culinária italiana, optei pela terminologia Bucatini; mas quando faço com o tradicional molho calabrese opto pelo nome Fusilli.
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