Outra parada que me impressionou foi na Mina Santa Rita. Mais que uma simples visita a uma mina de ouro desativada, o cartaz prometia "Uma viagem ao trabalho escravo do século XVIII". Na entrada colocamos uma touca descartável e capacete de obra. Nos foi servido uma autêntica cachaça mineira e fomos para a entrada da mina aguardar o guia.
Pela altura da boca da mina, sabia que ia ter que me manter ligeiramente agachado durante o trajeto por dentro da terra. Logo o simpático guia começou a explicar o que significava aquilo e de tão interessante, filmei este início de passeio.
1ª parte:
2ª parte:
O caminho estava iluminado de 10 em 10 metros por lampadas elétricas, mas para que sentíssemos como era trabalhar com lamparinas, o guia desligou a eletricidade e acendeu um isqueiro! Que sensação terrível. E estavamos somente a cerca de 70 a 100 metros no túnel. Os escravos passavam o dia trabalhando na penumbra, na humidade e com baixo índice de oxigênio!
Uma coisa interessante é o buraco que fica nos primeiros metro do túnel: o buxo. Era neste buraco que se colocava a produção diária do escravo. Quando o negro enchia o buxo ganhava uma tijela de comida como prêmio. Aqueles que pouco se esforçavam, só conseguiam meio buxo e só recebiam meia tigela de comida. Daí a expressão "meia-tigela" para aqueles que são fracos ou pouco produtivos.
Outra boa: no início os portugueses exploravam o ouro de aluvião, nos rios de Vila Rica. Aos poucos foi ficando escasso e foi necessário recorrer à técnica dos ingleses que exploravam os veios nas minas. Era comum ingleses no comando dos escravos-garimpeiros. Estes comumente estragavam ou perdiam as ferramentas e ao se apresentarem ao trabalho sem as ferramentas eram interpelados pelos ingleses que gritavam "Why" e os negros por subserviencia deveria responder algo como "Sir" ou "Sinho", "Sor" ou até "Sô". Daí o porque dos mineiros usarem a expressão "Uai sô"!
Já fui lá, o guia e massa!!!
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